sábado, 25 de dezembro de 2010

2010: The last view

Postado por: Caroline M. Rosemburg

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
(...)O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
(...)As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
(...)Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
(...)Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..
E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão"

Fernando Pessoa.


Em vários aspectos o meu ano de 2010 não passou de uma cópia mal feita dos outros anos, mas, não posso ser injusta. Em quase todos os demais aspectos 2010 foi uma verdadeira revolução. Coisas que eu sempre quis fazer ou ter, eu fiz e tive. O que eu sempre quis ser, eu fui, sem me preocupar com a opinião alheia sobre meus atos e aparência.
De um modo geral, 2010 foi o melhor ano da minha vida, ainda que eu não me sinta realmente assim, porque minha nostalgia sempre me faz desejar o que ficou para trás, e isso é algo que não vai mudar. Mas em um balanço geral não tenho do que reclamar. Hoje posso dizer com toda certeza que tenho a minha volta as melhores pessoas; Sou uma pessoa melhor em todos os aspectos; Cresci imensamente; Abri os olhos para coisas que nunca imaginei enxergar, o que embora tenha me transformado em uma pessoa desiludida e com pouca compaixão, lavou de meu rosto a máscara de trouxa que por muito carreguei.

Ainda tenho uma semana, o que em relação ao restante do ano não significa absolutamente nada em questão de tempo, mas em toda minha experiência posso dizer que um dia somente é capaz de trazer transformações que um ano inteiro não conseguiu, então ainda me restam esperanças para essa última semana. Dia 1° estarei de volta. Torçam por mim.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

2010

o título dessa vez será diferente, mas não tira a mesma conotação de antes: sem um assunto, e criatividade, resumo-o sempre em datas ou horário.

Eu não teria palavras para descrever o peso deste ano na minha vida. Fatos como a realização do meu décimo oitavo ano, e a minha grande corrida rumo ao vestibular podem se destacar, mas não ter um peso maior como outras situações que ficarão marcadas em mim tanto fisicamente como psicologicamente. Tenho me afastado um pouco do blog, assim como tenho me afastado de muitas outras coisas que antigamente resumiam partes de mim. Eu já não sei o que serei daqui para frente, assim como também não sei se fui algo anteriormente.

Não tenho muito o que dizer.
E que venha tudo de novo em 2011. O mesmo ciclo.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

The art about waste your life, ops, being normal.

Postado por: Caroline M. Rosemburg

"E o que seria 'prático'? Casar-se? Mudar-se para o subúrbio? Tornar-se uma adorável dona-de-casa, criando uma criança, temendo a Deus, imitando os heterossexuais? E para quê? Para que eu me torne outra alma morta, indo ao shopping, arrastando meus filhos para a escola e fazendo churrasco no quintal? HAHA. Essa é a morte deles. Não a minha." Brian Kinney- QAF


Deve ser a milésima vez que eu me utilizo desse quote do personagem Brian Kinney da série Queer as Folk nas últimas semanas.

Desde que eu resolvi criar um tipo de 'reviravolta' na minha vida, e mandar para o espaço tudo que já havia virado rotina, numa tentativa desesperada de buscar coisas novas e passar pelo menos 24 horas sem me mergulhar em tédio, eu andei absolutamente perdida, o que não é estranho no momento em que você olha em volta e não encontra nada daquilo que você estava acostumado a encontrar. Em alguns momentos confesso que tendi ao surto, e quase desisti de toda meu plano de dar f5 na minha vida para voltar atrás e trazer tudo de volta, ainda que isso significasse retornar a uma rotina de tédio e frustração, pelo simples acomodamento de ter algo "certo", por assim dizer. Mas a minha sorte é que minha cultura-não-naturalmente-adquirida me fez alguém em constante bipolaridade. Esse espírito de desistência que me assombrou algumas semanas atrás, se converteu em um espírito totalmente vanguardista, pronto para extrapolar todos os limites e atravessar todas as linhas. Hoje mais do que nunca eu tenho a certeza que só há um tipo de caminho certo para mim: o caminho desconhecido, ou a simples ausência de caminho.

Concluí finalmente que a existência do predestinado me dá asco. Não suporto saber que algo já está fadado a acontecer, ou que meu dia já fora completamente programado, ou ter certeza de quais serão as pessoas que eu encontrarei no meu dia e até qual programa nos restará para fazer. Basicamente, eu não vejo razão para lutar por uma vida que já está escrita. Eu preciso da incerteza, preciso do novo, preciso experimentar todos os dias, preciso conhecer mais todos os dias, tocar, beber, vestir, descobrir coisas novas diariamente.

Eu não me conformaria jamais em ter uma vida "padrão", igual a todas as outras, confinado a uma sequência lógica de acontecimentos que são facilmente decifrados por mim como:

1-nascer;
2-crescer metido a teen-rebelde;
3-arrumar uma namoradinho medíocre e jogar sua vida social no lixo por conta dele;
4-virar uma pessoa socialmente aceitável;
5-casar-se e ficar feia e gorda;
6-ter um casal de filhos catarrentos pelos quais você jogará sua sanidade fora;
7-ter um marido preguiçoso e ausente que não faz nada além de pagar suas contas;
8-ter um trabalho que você odeia só porque ele cobre seu cheque especial;
9-descobrir que seu filhos cresceram e se tornaram ingratos e estúpidos;
10-morrer frustrada.

Enfim. Talvez você me considere extremista, ou até mesmo louca, mas o fato é que tudo que eu já vi e vivi me faz crer que pensar desse modo apenas me torna realista. E bem, voltando a citação do início do post, só tenho algo mais a dizer:

"Essa é a morte deles. Não a minha."

sábado, 4 de dezembro de 2010

Sentimental-machine symptoms

Postado por: Caroline Morais Rosemburg.

É incrível como ainda depois de 16/5 longos anos de vida(sim, isso foi uma ironia) eu ainda consigo descobrir uma coisa nova sobre mim com frequência. Hoje, por exemplo, durante meu exercício diário de me auto-analisar(porque analisar somente as pessoas não é suficiente, ok?) eu descobri que tenho uma capacidade interessante, que é de conseguir ter o mesmo sentimento sobre várias pessoas ao mesmo tempo. Isso pode parecer familiar, mas eu não estou dizendo de sentimentos que possam ser generalizados, como amizade, carinho, ódio e afins; estou dizendo sentimentos mais complexos, ou melhor dizendo, mesclas deles, como por exemplo o sentimento de "atração+desprezo+carinho+compatibilidade+incompatibilidade+pena". Como podem todos esses sentimentos, em sua maioria antônimos, conviverem juntos ao mesmo tempo? Bem, eu não sei, só sei que eu consigo fazer isso, e o melhor, por mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Incrível, não?
Se é ou não algo invejável, cabe a você julgar, mas o que posso dizer é que muitas vezes torna-se algo completamente estúpido, e pronto para confundir sua cabeça o quanto puder, porque essa "capacidade jedi" causa aquele no qual eu considero um dos sentimentos mais desprezíveis existentes: a dúvida. Eu odeio ter dúvidas, principalmente porque em geral quando eu consigo sanar uma delas, a resposta quase sempre traz consigo a porcaria da FRUSTRAÇÃO: o sentimento desprezível de número 2 no meu ranking.
Enfim. Nada além de uma nova constatação sobre essa pessoa, ou melhor dizendo, essa "máquina sentimental" que vos escreve.
Até a próxima, com mais lamuriações, constatações, ou até quem sabe uma boa notícia.

xoxo.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Dreams, illusions, lies, and a little piece of happiness

Postado por: Caroline Morais Rosemburg

"Ao mesmo tempo que a realidade é uma fábula, simulações e enganos são considerados como as verdades mais sólidas. Se os homens se detivessem a observar apenas as realidades, e não se permitissem ser enganados, a vida, comparada com as coisas que conhecemos, seria como um conto de fadas ou as histórias das Mil e Uma Noites.
Se respeitássemos apenas o que é inevitável e tem direito a ser, a música e a poesia ressoariam pelas ruas fora. Quando somos calmos e sábios, percebemos que só as coisas grandes e dignas têm existência permanente e absoluta, que os pequenos medos e os pequenos prazeres não passam de sombra da realidade, o que é sempre estimulante e sublime. Por fecharem os olhos e dormirem, por consentirem ser enganados pelas aparências, os homens em toda a parte estabelecem e confinam as suas vidas diárias de rotina e hábito em cima de fundações puramente ilusórias."

Henry David Thoreau, in 'Walden'


Desde meu último post, nada mudou, além do fato de algumas ilusões terem se convertido em desilusões, e alguns sonhos terem se convertido em realidade. Como é estranha a sensação de quando algo pelo qual você não espera acontece, principalmente quando em simultâneo algo pelo qual você espera não acontece; é um turbilhão de sentimentos indefiníveis, embora alguns exemplificáveis, como surpresa e decepção, além é claro de meu fiel companheiro, o sentimento de "no fundo você sabia, mas relutou covardemente em acreditar", que quando acompanha as boas situações é um sentimento extremamente bem vindo, mas ao acompanhar as ruins não é nada mais que uma, ou 'mais uma' adaga bem cravada no peito.

Além desses sentimentos advindos de situações paralelas, agora eu também carrego uma imensa responsabilidade e mais uma incerteza para meu 'porão' cerebral: a segunda fase da UFG. Não é o curso que eu queria, na verdade, esse é um daqueles cursos que sempre estiveram na minha lista "NO FUCKING WAY", mas apesar disso fico feliz, não por estar fazendo o 'meu' curso, porque estou longe disso, mas aquela pontinha de orgulho queimou acariciando meu ego, e acariciá-lo é uma das coisas que mais faz com que eu me sinta extremamente bem (baixa auto estima nos torna medíocres, fato). Enfim, tudo o que me resta é tentar manter o pouco de sanidade que me resta e não permitir que essas situações à parte possam vir a intervir negativamente no meu desempenho. No mais, espero voltar em breve com mais boas notícias e menos lamuriações.

"I’m just a dreamer
I dream my life away
I’m just a dreamer
Who dreams of better days"

Dreamer - Ozzy Osbourne

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

sobre amizades.

Postado por: Natália Lima.
às vezes me questiono se realmente tenho amigos. não sei se me vale a pena tentar manter uma amizade atualmente. com o passar do tempo as pessoas vão ficando diferentes, geralmente mudam para pior, e por consequência a amizade não continua a mesma. amizade também é relacionamento, e se os anos passam e uma das partes se transforma radicalmente e para pior, a tendência é para que esse relacionamento seja rompido. óbvio, também passo por mudanças, mas sempre tento analisar meus atos e minhas opiniões e avaliar se estou sendo pior que antes ou não. é importante tentarmos mudar somente para melhor.

o problema é que percebo que maioria das pessoas que já se declararam minhas amigas pouco tempo depois acabam provando o contrário, com suas atitudes. ou geralmente eu mesma acabo me afastando por xis motivos, motivos estes que costumam sempre ser ruins. não gosto de pessoas de má conduta ou com graves defeitos de personalidade, quando a personalidade de fato existe. conheci muita gente que se diz de atitude mas que na verdade não tem personalidade e são vulneráveis ou dependem das atitudes, opiniões e ações alheias. então quando percebo o problema e me afasto, não costumo dizer os reais motivos. na verdade não digo nada. e claro, a pessoa fica sem entender. mas meu objetivo é que ela entenda por si só com o passar dos anos e avalie como foi errada e como suas atitudes eram lamentáveis. com isso acontece também de a pessoa me detestar pelo resto de seus dias, me acusando de falsidade ou algo do tipo, quando na verdade os motivos estão visíveis porém ninguém consegue vê-los.

também me questiono sobre as amizades à distância. maioria delas não considero amizade. e as que considero também ultimamente têm me despertado questionamentos. no fim a conclusão é de que sempre conto meus amigos nos dedos. e posso dizer que não passam de três, estes dedos. os amigos presentes podem ser amigos por anos, mas sempre causam desgaste no fim. os distantes sempre acabam esquecendo que a gente existe quando arrumam uma namorada(o), por exemplo. não são amigos. pelo menos não chamo de amigo uma pessoa que por qualquer motivo esquece ou deixa de me perguntar se estou bem, ou quando me ausento do Messenger por alguns dias nunca pergunta o que houve. eu como amiga pelo menos costumo me preocupar e dar algum tipo de assistência aos meus amigos. e quando estes fazem pouco caso e mal respondem, também costumo me afastar.

é certo que me tornei uma pessoa sozinha por opção. escolhi ficar assim. me concentro melhor nos meus afazeres - meu trabalho, meu aprendizado - e tenho mais dedicação à minha família. pessoas são complicadas e desgastantes, e a cada dia crio mais asco por maioria delas. por mais que tenham poucos defeitos, geralmente são defeitos que repudio. no meu meio só vejo pessoas querendo ser alguém pelo que têm e aparentam ser, pessoas que usam drogas e acham isso algo interessante e descolado, pessoas que pensam ser superiores em tudo, pessoas que se declaram multi-facetadas em suas atividades quando na verdade não fazem tanto e nem tão produtivamente assim.

essas pessoas não me fazem falta, e não faço questão. minha simpatia e minha amizade dependem da recíproca. se não recebo em troca, não tenho por que me dedicar ou sequer me preocupar. não faz diferença. se tenho, ótimo, se não tenho, tanto faz.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

20:12

Postado por Luana Melo.

Não tenho postado mais com tanta frequência como antes, e o título acusa a minha ausência de palavras mais uma vez. Porém, mesmo que de uma forma paradoxal, palavras não faltarão aqui.

Lembro-me que a exatos quatro anos atrás eu escrevia algo parecido com o que penso por agora. Tirando esses quatro anos da minha idade atual, vejo-me com quatorze anos postando os meus primeiros textos-desabafos em um dos meus primeiros livejournals. Digamos que muita coisa não mudou desde essa época: as características da pré-adolescente egoísta, complexa e melancólica ainda cercam a adolescente de hoje. Mas é engraçado e ao mesmo tempo curioso reparar nestes textos, partes de mim que acredito eu, nunca mudarão.

O texto dizia algo como "não me peça para sonhar menos, mãe". Eu não consigo parar de sonhar e viver intensamente esse sonho. Não consigo esquecer o intenso e viver o lado racional da coisa. Não consigo olhar para os lados e olhar apenas pessoas quando vejo um amontoado de seres com milhões de coisas na cabeça que poderiam mudar tudo ao redor, mas que não querem. Simplesmente dispensam todas as coisas que poderiam ser feitas para que tudo mudasse e fosse diferente. Fosse simples e fácil. Compaixão, respeito, carinho. Mais amor. Menos intrigas, menos olhares raivosos, um mundo colorido e fofo. É. Quantas vezes já não usei essa expressão.. "colorido e fofo"... Céus.

Ser perfeccionista.

Ser o exemplo de tudo.

Ser menos intensa.

Ser mais racional.

Ser.

No final eu acabo sendo o contrário de tudo aquilo o que quero.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

The art about being idiot, ops, innocent.

Postado por: Caroline M. Rosemburg


Não,
eu não podia me enganar assim
com uma criança qualquer
que veio ao mundo bem depois de mim
Eu não reclamo o que ela fez
só condeno a mim mesmo
por ter me enganado outra vez..
(Ingenuidade - Caetano Veloso)


Minha ingenuidade, assim como a da maioria das pessoas, creio eu, é advinda do fato de sempre esperar o melhor, ou no mínimo o 'menos-pior' das pessoas. Desde crianças a vida já nos oferece lições gratuitas sobre a imensa capacidade humana de vestir uma máscara e sair nas ruas apertando a mão de desconhecidos como um puro exercício de sua inevitável hipocrisia, e com o passar do tempo essa capacidade de detectar esse tipo de comportamento aumenta, mas paradoxalmente, com a idade também adquirimos uma certa dose de bom senso que desejemos ou não sempre aparece em momentos inoportunos para nos impedir de pré-julgar o próximo como um cretino de duas caras.
Outra lição que a vida nos ensina desde cedo é o ato de não falar sem pensar, ou simplesmente pensar sem falar, mas outra vez a querida ingenuidade aparece para arrancar com suas próprias garras nossa língua de dentro da boca (ou levar nossos dedos ao teclado numa conversa de msn); Enfim, o fato é que hoje mais do que nunca vivemos em uma sociedade em que não vale mais a pena desabafar com o próximo, pois o simples sentimento de complacência, ou até mesmo de respeito ao próximo implodiram e deram lugar ao tipo mais perigoso de falsidade: o ato de utilizar-se dos sentimentos e segredos do próximo como a "melancia" a ser pendurada no próprio pescoço, ou exemplificadamente o velho ato de perder o amigo mas não perder a piada.
Basicamente vivemos em um mundo repleto de um bando de fofoqueiros oportunistas que não pensarão duas vezes antes de contar o segredinho sujo de alguém para descontrair o ambiente e tornar-se o alvo das atenções, afinal, esse sempre foi e sempre será um dos grandes prazeres do ser humano: ser uma caixinha de presentes detentora de todos aqueles segredos que agraciam a grande curiosidade sádica que nos é nata, prestes a ser aberta.

sábado, 6 de novembro de 2010

o fim.

ela caminhava pela calçada após mais um dia de trabalho. não queria encontrá-lo, mas sabia que acabaria acontecendo. à tarde havia recebido uma ligação dele, querendo encontrá-la após o expediente. caminhou pelo centro da cidade até se aproximar das imediações do terminal de ônibus. ali o encontrou. não se viam há uma semana. ela tão pouco se importava, pois queria o fim. ele não havia entrado em contato. ela sentia raiva. então ele veio aflito em sua direção.

- por que você sumiu assim?
- você quis assim.

uma semana antes ele havia ligado dizendo que não estava bem e precisava ir ao hospital. ela estava no cinema, com amigos. riu sarcasticamente, pois sabia que era mentira e que ele estava a testando, com o objetivo de que ela fosse até ele. orgulhosa e talvez esperta, obviamente ela não foi.

- eu estava passando mal, te liguei aquele dia, você não apareceu, sequer quis saber como eu estava, e eu sozinho! só havia tomado um suco e não tinha me alimentado, vomitei, estava passando mal.
- não, você não estava. eu sei que não estava. páre de mentir. fui atrás de você preocupada, antes disso, você simplesmente não me respondia e mal olhava no meu rosto. agora não se queixe.
- mas aquele dia eu estava nervoso, não via como a gente conversar.
-
não era motivo para me tratar daquela forma.

e ele insistia, querendo consertar os próprios erros, a fim de convencê-la a voltar atrás e perdoá-lo. ela permanecia irredutível, dura nas palavras, apática.

- não quero mais saber. estou cansada das suas desculpas. estou cansada de passar a mão na sua cabeça e você vir com suas mentiras depois, querendo que eu sinta pena. não tenho mais pena de você, nem piedade.
- eu não quero que você sinta pena. apenas quero te pedir desculpas, para que a gente volte ao normal, amor.
- e não me chame de amor! para mim isso não existe mais, se é que existiu. acho que foi um grande engano.

e ele, com uma rosa, tenta entregá-la. era Dia Internacional da Mulher.

- trouxe uma rosa para você, e quero te dar os parabéns por ser essa mulher maravilhosa, que me ajudou tanto, me acolheu em sua casa. eu sei e reconheço como você me ajudou, me acordava cedo para ir procurar emprego, me indicou vagas, me ajudou muito. eu reconheço isso e agradeço muito.
- não venha me agradecer agora. já fiz demais por você. hoje vejo que você não passa de um garoto folgado, além de ser um porco, mal cuida de si mesmo, não tem hábitos de higiene convincentes, me fez passar por situações constrangedoras. chega! estou cansada de suas lições de moral, você jamais as aplica em sua vida, você não é meu pai para querer me dar sermões, e seus argumentos de coitado também não me convencem mais.
- pegue a rosa, comprei para você, mal tinha dinheiro e quis comprar.

ela pega a rosa, de forma grosseira.

- não quero mais nada com você.
- mas, mas...
- não quero, entendeu? estou sendo clara? chega, acabou, vá embora, saia dessa cidade porque você não a merece, muito menos me merece!

nesse momento algumas lágrimas invadem seus olhos, mas ele não chora. e ela continua, cada vez mais ríspida.

- saia da minha vida. não quero vê-lo mais. vá embora.
- se você então não quer mais nada mesmo comigo, me prove. você me provaria se jogasse agora mesmo essa rosa no esgoto.
- não seja por isso!

e ela joga a rosa no esgoto. era uma reação da qual ele não esperava. tão áspera, tão firme, tão rude, ele podia sentir o ódio em seus olhos e o amargo de suas palavras saindo de sua boca.

- eu disse isso como um exemplo! não era para você jogar a rosa!
- você não disse que queria uma prova? então, dei-lhe a prova. agora saia daqui e me deixe ir embora. não quero mais, não dá mais. chega.
- tudo bem. só quero que saiba que a partir de agora essa é a sua decisão e não tem volta, eu nunca mais vou voltar à sua vida, e quando eu estiver bem, não quero ter nenhuma lembrança sua!
- essa é mesmo a intenção. adeus.

dali adiante suas vidas nunca mais se cruzaram. ela nunca foi tão ríspida com alguém, e jogar a rosa no esgoto a cortou o coração. mas sabia que precisava ser firme, pois para algumas pessoas só os grandes choques as fazem compreender como é a vida, e repensar suas atitudes.

But we can't be always alright, right?

Postado por: Caroline M. Rosemburg

"É melhor atirar-se à luta em busca de dias melhores, mesmo correndo o risco de perder tudo, do que permanecer estático, como os pobres de espírito, que não lutam, mas também não vencem, que não conhecem a dor da derrota, nem a glória de ressurgir dos escombros. Esses pobres de espírito, ao final de sua jornada na Terra não agradecem a Deus por terem vivido, mas desculpam-se perante Ele, por terem apenas passado pela vida."
Bob Marley


Ando com muito o que pensar, mas pouco o que escrever; é o que acontece quando sente-se demais mas pensa-se de menos. No fim das contas é isso que sou, uma medíocre máquina de gerar sentimentos, que em quase sua totalidade, não deveriam ter sido gerados, e não seriam de fato se a razão fizesse parte de pelo menos 1% do meu ser, mas isso é o que somos: inúteis bombas emocionais, co-dependentes dessa característica, que ainda que saibamos que acabará por nos matar, nos levará para a tumba com um estúpido sorriso no rosto, afinal nós somos estúpidos; isso faz parte de toda nossa essência humana, e querendo ou não todos nos orgulhamos de quão estupidamente estúpidos somos.
Post confuso, assim como estão confusas as ideias na minha cabeça; talvez eu não esteja dizendo coisa com coisa, ou talvez o que eu acabo de escrever possa servir como um pilar sustentador da vida inteira de alguém que possa ter perdido (ou não) seu tempo em ler. Quem saberá? Eu, certamente, não.
Sem mais delongas, não vim até aqui para escrever, e sim para transcrever; Aqui vai o texto que mudou meu dia, para mudar o dia de algum outro alguém, e assim por diante, como um grande ciclo vicioso.

xoxo

Pensando bem em tudo o que a gente vê e vivencia
e ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente.
Existe uma pessoa que se você for parar pra pensar é, na verdade, a pessoa errada.
Porque a pessoa certa faz tudo certinho!
Chega na hora certa, fala as coisas certas,
faz as coisas certas, mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas.
Aí é a hora de procurar a pessoa errada.
A pessoa errada te faz perder a cabeça, perder a hora, morrer de amor...
A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar
que é pra na hora que vocês se encontrarem
a entrega ser muito mais verdadeira.
A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa.
Essa pessoa vai te fazer chorar, mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas.
Essa pessoa vai tirar seu sono.
Essa pessoa talvez te magoe e depois te enche de mimos pedindo seu perdão.
Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado, mas vai estar 100% da vida dela esperando você.
Vai estar o tempo todo pensando em você.
A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo,
porque a vida não é certa.
Nada aqui é certo!
O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo, amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo,
querendo,conseguindo...
E só assim, é possível chegar àquele momento do dia em que a gente diz: "Graças à Deus deu tudo certo"
Quando na verdade, tudo o que Ele quer é que a gente encontre a pessoa errada pra que as coisas comecem a realmente funcionar direito pra
gente...
Luis Fernando Veríssimo

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

The place she called home

Postado por: Caroline M. Rosemburg

Ela vive em um lugar que há muito não há paz; nas paredes se podem ouvir ecos de gritos e soluços de lágrimas. Não há compreensão, não há diálogo, não há afeto ou mesmo cumplicidade; tudo isso se perdera no tempo em que havia inocência, em que havia paciência, em que havia benevolência, em que não havia ausência.


Um dia um tijolo caiu, mas a estrutura se manteve forte; o tempo passou, e a estrutura se desgastou. Caiu outro tijolo, e outro logo depois, e assim foram caindo, tijolos por tijolos daquele lar imponente.Ela tenta se esconder dos escombros, enquanto os tijolos continuam a cair; ela não que ficar, mas tampouco pode fugir; ela tem por quem olhar, ela não deve sair.

“O meu grito é mudo e surdo
A minha palavra, o silêncio.
O silêncio dos meus anseios”
Daniel Fernando Setila

"Só escrevo,
Porque é uma forma de desabafo,
Um modo que me deixa melhor,
Uma sensação única,
Como se eu tirasse um peso da minha consciência."
Rafael Neto


Sem muito o que dizer, apenas o grito de um coração em desespero.

domingo, 31 de outubro de 2010

se isolar numa bolha.


- conclusões de algumas das minhas próprias experiências.

viver em sociedade não é fácil, mas é algo que se deve aprender. caso contrário o sujeito não passa de um ser às margens dela por vários motivos - por ser realmente marginal, por ser anti-social ou pelo simples fato de ser diferente. o primeiro passo para que aprendamos como conviver em sociedade é deixarmos de pensar demasiadamente nas atitudes das pessoas, no que elas têm a dizer, na opinião delas, ou no que, provido delas, nos incomoda, de forma geral. às vezes é preciso ignorar, e isso pode nos fazer muito bem, mesmo que não seja um exercício mental dos mais fáceis. as pessoas que pensam demais tendem a ser sozinhas e desenvolvem surtos psicóticos, já que nesses fatores muitas vezes involuntários, acabam se tornando extremamente anti-sociais, distantes e tudo as incomoda e se torna problema, quando na verdade deveriam ter ciência de que problemas foram feitos para serem resolvidos, e não cultivados.

a tendência quando se analisa demais as pessoas é acabar se isolando em uma espécie de bolha. a bolha pode ser o próprio cérebro, a própria mentalidade, os princípios ou mesmo o próprio lar. parte do aspecto mental para o aspecto físico, ou vice-versa. aquele que se isola, o faz em pensamentos, por querer essa ''distância de gente'' e em consequência disso, acaba ficando recluso fisicamente. evita contato humano de uma forma quase geral. tem dificuldades de relacionamento, não consegue manter amizades, não consegue entender ninguém, nem a si mesmo. esse isolamento, por mais que seja por vontade própria, resulta numa grande solidão e por consequência acaba trazendo ainda mais pensamentos, muitas vezes sem nexo e desnecessários. a própria pessoa jamais reconhece isso, criando um masoquismo mental imenso e deixando de lado as oportunidades de ter momentos descontraídos dos quais não seriam tão torturantes quanto pensa. a questão é apenas ter vontade de mudar, experimentar coisas novas, e procurar atrair experiências agradáveis ao lado de outras pessoas, o que não é tão ruim assim, desde que se saiba conviver com cautela e não depositar muita confiança ou esperar demais dos outros. por mais que as relações com outras pessoas tendam a ser superficiais, é preciso saber contornar esse fator para que se possa levar a convivência de forma tranquila, sem atritos ou grandes choques de idéias.

no futuro esses fatores de isolamento podem ser muito prejudiciais, causando desentendimentos no trabalho, e fazendo com que o indivíduo tenha grandes dificuldades de se inserir e se manter no mesmo. afinal, nenhum empregador contrata pessoas antipáticas, anti-sociais, que possam não se relacionar muito bem com os colegas de trabalho ou que não saibam conversar com seus clientes. para aquele que não consegue sequer manter amizades ou demais relações por ter a mania de complicar tudo, ter um emprego e uma carreira significa ter uma enorme dificuldade em aprender a se relacionar com pessoas, por mais que deteste ter que fazer esse esforço. então, quando o indivíduo chega à fase adulta, esse exercício se torna ainda mais sofrido, pelo choque de transição entre a bolha e o meio social, e por precisar entender que estourar a bolha e sair de dentro dela é uma necessidade, e não um sacrifício.

Fragmentos de um sonho 16/03

postado por Luana Melo.

Ela sabia que antes daquele gesto acanhado, ele a consumira inteira com o olhar. Fazia questão em mexer os cabelos e mostrar-se tão pouco interessada. O relógio acusava o atraso. Cinco minutos era o suficiente para quebrar todo um clico de rotina. Mas valeria a pena, até então o dito cujo não possuira um nome e ela não inquietaria até descobrir.
Faria então, tudo de forma planejada: seria reciproco a troca de olhares, deixaria cair algo ao lado o que consequentemente os levaria a uma sucessão de fatos óbvios: o agradecimento por ter em mãos o objeto caído acidentalmente, logo a mão vazia estendida para uma apresentação. Tudo monstruosamente e femininamente bolado. Sei que ele entendera o sinal, por isso apanhou o objeto milésimos após o acontecimento.
Voltando à mão vazia estendida: apresentações feitas. O relógio apitava e acusava novamente o atraso, mas não importava. Ainda não conseguira o que queria. Ele fazia questão em não falar o nome. Fora uma apresentação feita a olhares, um oi e um aperto de mão. Ambas suadas e trêmulas.
O convite ao café logo fora feito e obviamente aceito. Ela não parava de olhar ao relógio e ele nos seus olhos. Era tudo estranho: duas pessoas que jamais se viram sentadas em um café sem trocar uma palavra em mais de 10 minutos. Apenas a vontade de estar lá permanecia. Até que a frase sai. A primeiríssima, vinda dele, após as apresentações feitas por olhares:

- Eu tenho sentido você em mim e eu nem ao menos a conheço.

Tudo então se encaixara. O porque da permanência dela ali, sentada, tão pouco preocupada com o horário. Era ele a ânsia que a consumira e a indicava o lugar todos os dias. Algo fora do padrão de qualquer entendimento racional. Entendera então o porquê da sucessão de fatos estranhos ocorridos desde que saíra de casa: o ônibus atrasado, a enorme fila do banco. Antigamente era tudo devidamente cronometrado. E hoje ele quebrara isso.

- Se sou o que tens dentro de ti, por que não me disse seu nome até agora?

Um gole na xícara de café e a resposta:

- Como diria algo que não sei? O que sei é o que lhe disse, minha cara: eu sinto você comigo, mas não a conheço. Esperava alguma resposta sua.

E novamente o relógio apitara. Meia hora de atraso, estava tudo tão confuso. A rotina quebrada e um maluco em sua frente. Um maluco incrivelmente fascinante. O nome, uma incógnita. O porquê de sua estadia ali, o motivo para sua insistência em perguntar seu nome.

- Vamos, diga-me! Todos nós temos um nome! Não me venha com frases feitas achando que irá me convencer.. Um nome é tudo o que lhe peço!

Não queria demonstrar-se ansiosa. No seu conceito era sinônimo claro de fraqueza.

-Ora bolas, para quê um nome! Estou aqui a entender o porquê de tê-la em mim e queres um nome? Eu esperava que me dissesse isso!

45 minutos no relógio e ela começou a balançar as pernas. Sinal de ansiedade! Ele percebera, suspirou e disse:

- O que sei é que sou o que faz de você ser o que é.

Ela sentiu todos os seus sentidos àquela hora. Nunca esteve tão viva. Sentido-se assim, disse:

- Mas até agora não sei o seu nome. E como você poderia ser algo que me faz ser o que sou?

Inquieto, ele disse:

- Sou o porquê de sua eterna busca a algo inexistente. A sua inspiração. Perdi-me dentro de você e se tenho nome ou não, já não sei mais.

Ela sentira a garganta seca, e quando deu o primeiro gole no café, viu-se sozinha na mesa. Tremeu-se de ansiedade.

De repente tudo desaparecera e ela viasse acordada ali: na sua cama com os lençóis desarrumados e o relógio acusando o atraso. Era um sonho.Olhou para mesinha ao lado e vira a xicara de café, os livros e o trabalho que levara para a casa. Mas não vira ninguém ao lado da cama, o que acusava de vez o sonho. Levantou-se, foi ao banheiro, lavou o rosto e sentia aquela ansiedade novamente.




Seu nome era saudade: o sentimento sem nome, inexistente, misterioso e persistente.

From the broken expectations

Postado por: Caroline M. Rosemburg



"A expectativa é proporcional à decepção"
Geadilson Bezerra



Meu dia "D" acabou se tornando o dia "F", de me f***. Fiz o que não devia: criei expectativas. É complicado entender porque que nós crescemos mas nunca aprendemos; sempre após uma decepção nós tentamos nos convencer de que nunca mais criaremos expectativas sobre nada, afinal, quem não espera não tem o que perder, mas o fato é que nossa condição humana está sempre nos obrigando a agir como burros; é exatamente o que eu disse em algum post anterior, que é essa droga de esperança que nos faz sempre hotimistas em relação as coisas, o que inevitavelmente sempre acaba por nos machucar hora ou outra, ou no meu caso, em 99% das situações.

É inevitável que eu me abale nesse tipo de situação. Eu choro, me descontrolo, grito, me isolo, mas por sorte estou sempre rodeada de pessoas incríveis, e é isso que sempre me dá força para ligar o botão de "fuck off" para todo o resto, e apenas dedicar-me em ser merecedora de sua companhia. Assim como toda depressão-pós-decepção, a de ontem também foi curada do mesmo modo das demais: surtei ao som da banda contravenção; gritei e pulei como nunca, expulsei todos meus demônios e abracei a vida novamente. O que dizer? Depressão e heavy metal não ocupam o mesmo espaço !

"Esses amores fugazes são deliciosos porque carecem de expectativa. Não têm passado nem futuro. A expectativa destrói muitas coisas. Mas aprender a evitá-la é uma arte"
Pedro Juan Gutiérrez, em “Trilogia Suja de Havana”

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

The wait

Postado por: Caroline M. Rosemburg

Há cerca de uma semana que venho experimentando aquela sensação de frio na barriga que há muito não sentia; aquela estreita relação entre ansiedade e expectativa que a espera por coisas que consideramos importantes nos gera.
Nem me lembro qual foi a última vez em que um dia de sábado foi para mim o dia "D", em que eu tivesse a chance de resolver algo que ainda estivesse em aberto, como fora uma terça-feira do mês de Abril em que tive essa mesma sensação. O fato é que o dia de amanhã amanhã é exatamente um desses dias; aquele dia pelo qual você espera tão ansiosamente que dormir torna-se apenas uma possibilidade.

Nos últimos tempos tenho sofrido com dúvidas terríveis que andam me tirando o sono e pondo em risco minha lucidez; sempre tive essa dificuldade demasiada em conseguir fazer escolhas, principalmente quando essas escolhas podem inferir de modo absurdo na sua realidade, mudando-a por completo. O significado da palavra mudança sempre me causa um receio gigantesco; tenho em mim o hábito de me estagnar, não por falta de ambições, mas sim por receio, receio das transformações e de suas consequências em nossas vidas, e bom, é implícito no ato de escolher essa consequência; por mais medíocre que essa escolha seja, sempre haverá algo que deixará de ser o que era para se adequar à essa nova realidade, e bom, isso me apavora.

Nesse exato momento estou com a cabeça a mil, pensando em tudo, almejando ter o talento de prever o futuro para não ter que me deparar com nenhuma surpresa desagradável amanhã, mas bem, como esse dom não está disponível no cardápio tudo que me resta é tomar um calmante e tentar, ainda que hipoteticamente, criar o mínimo de expectativas possíveis, na intenção de evitar qualquer grande decepção.

No mais, arrumarei algo para fazer, porque como disse anteriormente, dormir é nada mais que uma realidade distante no momento.

Desde a busca ao conceito sobre "pragmatismo" até a questão: e quando eu começar a lidar com as pessoas?

Postado por Luana Melo

"E quando eu precisar lidar com as pessoas?"
Essa é a pergunta que começou a martelar na cabeça desde o início da semana, mas que só agora eu realmente tive a vontade em escrever ou então pensar algo mais afundo sobre.

Hoje o meu dia começou às 11 horas da manhã. Não que eu tenha acordado neste horário... Bem, de fato, acordei, mas estava acesa desde às 6 horas da manhã (horário que acordo para ir ao colégio) e fiquei na cama de pulando de sonho em sonho até acordar com o barulho do meu ventilador indo ao chão e quase explodindo depois de ter me ventilado a noite inteira. Não fui à aula pela manhã pois estou com uma infecçãozinha chata na garganta que começara na noite passada. Fiquei meio febril mas, ok, eu tinha alguns afazeres e logo depois fui para a escola com o intuito de apenas fazer a prova de história e ir embora, pois cancelaram as nossas duas últimas maravilhosas aulas: sociologia e filosofia. Como de costume, levei o computador para poder conectar-me a internet durante um intervalo de tempo e outro e evitar ao máximo qualquer relação com as pessoas de lá. Eu geralmente não me dou muito bem com elas e qualquer tipo de assunto que puxam comigo eu acabo me frustrando e achando tudo muito chato. Poucas são as pessoas como a própria Carol que me fazem uma boa companhia. Enfim, depois da minha avaliação de história, sentei-me no pátio da escola e comecei a navegar pela internet. Até que em um tempo tudo ficara muito sem graça e vi a professora de filosofia indo à sala do segundo ano que estava ao meu lado, para dar a aula que infelizmente nossa sala não teria. Pois bem, depois do início pedi para que pudesse assistir também e fiquei lá até o momento de ir embora.

Finalizando a aula, saí na rua e durante essa caminhada inteira observava todas as pessoas e suas atitudes ao meu redor. Tive uma tarde muito produtiva e minha cabeça estava em êxtase de tantos pensamentos aleatórios relacionados a filosofia. Olhava para elas e pensava “o que será que estão pensando?” “por que estão com tanta pressa, e por que não se importam em fazer todas as coisas de uma forma mais calma e sem toda essa frustração?” Elas são todas apáticas, nervosas, apressadas, preocupadas. Os homens e seus insaciáveis desejos sexuais que não podem ver uma garota na rua e começam com aqueles olhares devoradores. Sinto-me ruim quando passo por uma sensação dessas, é algo estressante. Esses pensamentos deixaram minha cabeça ao ponto de explodir e o sol na cara piorava ainda mais o meu estado febril que até agora está me irritando. Nessa tarde eu saí do colégio carregando um livro a mais em minhas mãos. Chama-se Pragmatismo e Ciências Sociais (assunto iniciado na aula que assisti do segundo ano) de Márcio Pizzaro Noronha. Iniciei a introdução em uma lanchonete e enquanto esperava pelo o meu pedido, lia alguns fragmentos. Entre fragmento e outro eu era interrompida pela a garçonete que tinha uma expressão de frustração e de toda aquela vontade em querer me agradar com a velha pergunta “Você deseja mais alguma coisa?”. Juro que em um momento quase deixei a lanchonete, pois a vi tão frustrada e tão preocupada que não queria dar um certo “trabalho” para alguém. Mas permaneci sentada esperando o meu lanche chegar, mesmo tendo a vontade em dizer a ela “deixe que pego o meu lanche”.

Voltando ao livro, já ouvi falar muito sobre filósofos pragmáticos, mas nunca parei para analisar o real sentido da palavra. O filósofo que tivemos como referência na aula fora Richard Rorty onde recebemos parte de um ensaio escrito pelo o próprio chamado “Pragmatismo e romanticismo” escrito por ele logo no seu último ano de vida. Fora citados vários assuntos e nomes que eu tinha lido uma vez naquele livro em que postei aqui sobre “Aprender a viver” de Luc Ferry e em vários momentos da aula tive a vontade de ler fragmentos dele e fazer uma relação com a que a professora dizia. Mas, estava em um “ambiente” desconhecido, e todas as pessoas ali ao redor (algumas tomando refrigerante e com fones de ouvidos) pouco se importavam com o que estava sendo apresentado. Então resolvi me conter. Coisa que raramente consigo. A introdução do livro é bem bacana, gostei da atitude dele em dizer que pouco se importa se o acharem liberalista demais ou não. Gosto de escritores assim: que não prendem-se a padrão algum de moral e escrevem aquilo que, como aquela expressão diz, “dá na telha”. Mas esse é só o inicio, o meu intuito mesmo é saber o real significado da palavra “pragmatismo”.

Deixando de lado um pouco este assunto e falando sobre o que escrevi logo no inicio, e o que está explicito no título, durante toda essa semana eu parei muito para observar tudo ao meu redor. Isso é algo que eu já faço bastante. Por muitas vezes estava no meio de um grupo de pessoas e acabei deparando-me com os olhos fixos em alguém ou a algo e só dava-me conta no momento em que alguém me cutucasse e perguntasse o que eu estava olhando. Isso é engraçado e me rende boas gargalhadas. Mas o fato é que, especificamente essa semana eu pude analisar mais as pessoas da cidade onde moro. E tudo isso devo ao espaço de trabalho da minha mãe onde se encontra um aglomerado de pessoas diferentes. São típicos os grupos de pessoas que lá aparecem: a avó e o neto no colo acompanhado da mãe e do marido. A avó sempre com a expressão de desgaste por carregar a criança e palpitando a todo momento nas escolhas de compra da filha e de seu respectivo esposo. Falam demais, pensam demais, esquecem dos bons modos e exigem o que querem.
Isso me irritara muito e me fizera pensar se eu conseguiria ou não lidar com as divergências existentes nas pessoas. É um trabalho difícil, é algo que estou aprendendo diariamente, e fico me perguntando se saberei não me frustrar tanto quando eu precisar meter a minha cara no mundo e deixar para trás a minha bolha particular: meu mundo, as minhas vontades, a minha casa, o meu quarto, os lugares onde guardo todos os meus pensamentos e vontades. Onde deixo os explodir a hora que querem o momento que precisam. São poucas as relações interpessoais que tenho, e quase todas são destinadas a minha família. Então qualquer tipo de relação fora deste ambiente familiar, acaba me rendendo muita frustração e muitas dúvidas. Vejo que coisas que são relevantes a mim não são tão relevantes a eles, essas pessoas que me rodam, e sei também que tampouco fará diferença o que penso ou o que deixo de pensar. Pois cada um, cada indivíduo tem o seu ‘mundo malvado’ assim como diz Márcio na introdução do livro: “para que o mundo imaginado exista, é necessário que os outros mundos desapareçam.

Pois bem. Acho que o que preciso agora é um bom remédio e um pouco de descanso depois de pensar tanto uma tarde inteira.

Texto cheio de buracos e assuntos diferentes. Ehm. E é exatamente assim, não sei exatamente desde quando, que a minha mente está. Mas, confesso que adoro toda essa minha confusão como já dito tantas vezes por aqui.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

22:40

postado por Luana Melo.

Ela sabia que o momento exato em que entrara naquela sala, sua vida jamais voltaria a ser a mesma. Não que ela necessariamente precisasse de um porquê para estar ali. Mas ela não teria em momento algum entravessado em tal porta se não houvesse algo para direcioná-la. Algum argumento ela teria, com certeza. Ana não era acostumada a errar tanto assim mesmo que isso contradisesse tudo o que é ser de fato, um ser humano.

No início era exatamente tudo aquilo o que planejava. Tinha mania em organizar as coisas, organizar os horários, tudo era conometrado. Tinha as suas manias um tanto quanto estranhas mas adorava tudo aquilo. Era o seu maior orgulho, o seu maior mérito ser o contrário de tudo aquilo o que era considerado normal. Não que ela forçasse a ser isso, ela simplesmente era. E o fato de ser já diz bastante, não?

Era simples e sutil. A rotina cronometrada e toda a sua mania de organização por muitas vezes afetara suas relações. Não apenas as inter-pessoais, digo também as relações internas. Não há quem consiga organizar as idéias na cabeça. E ela queria isso por demasia. E sabia que não conseguiria. E senti raiva, sentia-se em um completo fora de equilibro que, mais uma vez, contradizia o seu querer.

Voltando à sala. Paredes brancas, pinturas aleatórias, pessoas apáticas. Onde estaria, onde estaria a o tal motivo? Sim, porque há um. Ela não gostava de se perder por aí. Gostava de um rumo, de uma certa, de uma flecha e um alvo. Mas, naquele instante, tudo, exatamente tudo não tinha um motivo. Um alvo. Nem ao menos uma flecha para lançar. Sem a flecha, o alvo não existe. E sem o alvo, a flecha não possui um alvo. E é um eterno ciclo de dependência.

O motivo não aparecera. Pessoas saíam, voltavam, entravam, bebiam água e sentavam-se nos mesmo lugares. Cadeiras sujas, objetos espalhados pela a sala, um teto de vidro, um cachorro ao lado. Tudo, exatamente tudo era uma anarquia completa. Não havia um motivo para aquilo. Não havia. Mas com certeza o motivo por estar ali, existira. E existe. E existiu, e poderá vir a existir.

Se você ao menos acreditar.


E enfim, acordara. Era um sonho. E tudo deixara de existir.

Another dream to collect

Postado por: Caroline M. Rosemburg



"Ela chegou na escola, e ele veio em sua direção, e sem mesmo cumprimentá-lo ela já o abraçou fortemente, deslizando suas mãos por aquelas costas firmes e delgadas; Ele retribuiu, juntando ainda mais seus corpos, fazendo-a estremecer involuntariamente. Separaram-se repentinamente e cada um seguiu sua direção; segundos depois lá estavam novamente, percorrendo o pátio, e a nostalgia daquele toque atingiu-os como um flecha e quando se deram conta já estavam trocando outro caloroso abraço; ele a apertou como nunca, fazendo seus pés se levantarem do chão; ela podia sentir a textura de seus cabelos escuros sobre seu rosto, e o perfume masculino e marcante que ainda exalava de sua pele; separaram-se e iam trocar um beijo no rosto, quando ela repentinamente se virou e colou suas bocas por um segundo, chamando a atenção de olhares curiosos dos que estavam ao redor;
ele saiu;
ela saiu;
eles mal se conheciam;
mas ela o desejava;
e ele era apático;
ela acordou;
tudo não passara de um sonho."



Ando vivendo num atormentador turbilhão de pensamentos, sem ordem cronológica ou até mesmo algum sentido. Poucas vezes na vida se quer tanto algo que se tornam incontáveis os limites que se ultrapassa para conseguir. Aquilo que você nunca imaginou fazer, de repente torna-se rotina; as coisas que você nunca pensou que diria, de repente tornam-se parte de seu vocabulário.
Eu sempre tive uma imensa dificuldade em lutar contra vontades exacerbadas, e essa não é uma exceção. Eu simplesmente tenho essa insistente necessidade de seguir meus sonhos custem eles o que custarem, e ainda que eu tenha a certeza da utopia que a maioria são, algo dentro de mim simplesmente reluta fortemente em aceitar as imposições da razão.
Sempre existe aquela ideia de que o 'impossível' é o maior inimigo da felicidade, mas com um pouco de maquinação cerebral é fácil ver que o real inimigo é o querer. O querer incondicional; a necessidade irracional; a vontade sem limites, ainda que esse limite seja a própria sanidade.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Subjective Biography

Por: Caroline M. Rosemburg



Tudo ia bem, ou pelo menos era o que ela pensava. Seus sentimentos bem organizados, como pastas em um arquivo de escritório; um tanto insatisfeita como de praxe, mas conformada com a inexistente possibilidade de mudar sua realidade.
Eis que surge, de repente, como um trovão em dia chuvoso: cabelos longos (não muito), escuros e grossos, escondendo um pouco de seu rosto; olhar fixo em pontos inexistentes do chão; passos duros e firmes, embora demonstrassem a visível insegurança de quem pisa em território desconhecido; lábios que se moviam de modo a sussurrar algo para si mesmo; mochila nas costas, mãos nas alças. Por alguma razão desconhecida tirar aquela figura de seu campo de visão não era uma possibilidade para ela naquele momento, pois ainda que quisesse, sabia que não conseguiria. Deu uma rápida olhada para a aliança de prata em sua mão direita, e ainda perdida sacudiu a cabeça de modo a retornar de um transe. Quando poderia ela imaginar que aqueles segundos iriam mudar tudo o que ela já tinha como certo?


Como sempre, nada pretensioso. Talvez um desabafo; Talvez algo fictício; Talvez um sonho...

"Em muitas subjetividades podem-se encontrar milhares de verdades não ditas" (Caroline Rosemburg)

terça-feira, 26 de outubro de 2010

encontros e desencontros.

Postado por Natália Lima.

aquele fora um dia bem típico no trabalho. e-mails de clientes problemáticos, indecisos, pequenos desafios, soluções, um pouco de dor de cabeça. mas nada que a incomodasse. no fim do expediente, decidiu que queria tomar um cappuccino, para relaxar. era viciada em café. a bebida amarga e forte era a única coisa que a fazia se sentir realmente ativa em dias tão normais e um pouco estressantes. era como a cocaína para um viciado que precisava se sentir vivo.

fim do expediente, começa a chover. ela pouco liga. não se importa com chuva mesmo, pelo contrário, costuma adorar tempo frio e chuvoso. acendeu um cigarro, como de costume, e desceu as escadas. a fumaça do cigarro entrava pelas suas narinas de forma intensa, e ela tragava aquele gerador de fumaça cancerígena como se fosse o último da sua vida, com o maior prazer. a felicidade discreta no rosto demonstrava sua empolgação, já que era sexta-feira e seu último dia de trabalho da semana. no corredor da empresa, o relógio de ponto. registrou seu horário de saída e aguardou alguns instantes enquanto a chuva se tornava mais fraca, e logo saiu. eram 18 horas.

sem guarda-chuva, foi andando pela calçada, rumo ao seu café predileto. sua única proteção para que não se molhasse tanto, era seu blazer risca de giz. usava uma camiseta dos Sex Pistols, blazer, calça jeans justa e botas. ergueu um pouco o blazer e tapou a cabeça, na intenção de não molhar seu cabelo liso e solto.

chegando ao café, comprou uma edição da Rolling Stone e começou a ler. pediu seu cappuccino, com chantilly e raspas de chocolate. acendeu mais um cigarro. lá estava um rapaz, de frente, sentado numa mesa coberta por uma espécie de guarda-sol gigante. ela não sabia quem ele era, nem ele sabia quem era ela. ele começou a observá-la, olhando em seu rosto.

ela não gostava quando alguém a encarava. geralmente se sentia incomodada, muitas vezes indagando perguntas grosseiras do tipo "perdeu alguma coisa em mim?", e deixando as pessoas sem reação. e assim fez. virou-se em direção ao rapaz, indagando:

- e aí querido, algum problema? te conheço de algum lugar e não sei?
e ele respondeu:
- não sei se você me conhece, mas eu sempre a vejo por aí.
- sério? e onde já me viu?
- sempre sozinha, andando pelo centro da cidade.
- hm, sempre ando por ali em meus horários de almoço.
- claro, por isso não é difícil alguém te ver. você tem um jeito peculiar, um tanto autêntico.

e ela foi cedendo, e vendo que o rapaz não era de tudo um malandro qualquer interessado em incomodá-la.

- ah, obrigada! - e sorriu de forma tímida. ela sempre ficava sem graça com elogios.
- você trabalha com quê? pelo seu jeito, suponho que seja em alguma área de artes.
- sim é, sou designer.
- sério? que interessante! também sou designer, trabalho com moda.
- bacana, moda era um sonho antigo meu. desisti quando entendi o mercado de trabalho. não se ganha tanto dinheiro sem ter contatos, infelizmente.
- é verdade...e não deixa de ser um mundo fútil.

ela foi se interessando pela conversa, e logo os dois estavam sentados na mesma mesa. o rapaz era o típico inglesinho, de chapéu estilo Pete Doherty, calça justa, botas, camiseta em tom preto desbotado e jaqueta de couro. obviamente, "o número dela". ou seja, seu estereótipo perfeitinho de homem. assim a conversa fluiu de forma incrível e ambos descobriram vários gostos em comum. então ela continuou a conversa:

- o que te traz aqui nessa tarde chuvosa de sexta-feira?
- ah, eu gosto de café. café com torta de chocolate. é um prazer muito grande poder saborear isso.
- jura? também adoro café. você mora onde?
- aqui perto, mesmo. e trabalho aqui perto também, tenho uma confecção.
- e mora sozinho?
- sim, moro. mas meus amigos sempre me visitam.
- hm, interessante!

ousada, ela diz: - qualquer dia vou lá te visitar, posso?
- claro que pode! será muito bem-vinda.

ela sorri. ele traça o olhar desde sua boca até seus olhos, a olha profundamente e também sorri. aquele sorriso a hipnotiza de forma viciante. e os olhos azuis dele a desconsertam. pode-se dizer que ela estava completamente encantada. e com o convite de visita ela se sentiu ainda mais à vontade com ele.

- e se eu te convidasse para ir até a minha casa, você toparia?
- por que não?
- agora?
- quem sabe?! - ele abre novamente seu sorriso brilhante. e novamente responde:
- depende do que nós formos fazer.
ela se sente num jogo de xadrez e, querendo dar o xeque-mate, diz:
- nós podemos fazer o que você quiser.
ele sorri novamente, e seu celular toca. ele pede um instante e atende.

- alô? oi amor! estou ótimo e você? ah, hoje foi um dia um pouco estressante no trabalho, estou aqui no café, tomando um cappuccino e comendo uma torta de chocolate. não gostaria de dar um pulo aqui e me acompanhar? estou com uma moça super autêntica e legal, você poderia conhecê-la! (...) ok amor, estou te aguardando.

ele a olha novamente e diz:
- então, meu namorado está vindo aí. se chama Henrique, você vai adorar conhecê-lo! tenho certeza de que vocês vão se dar bem. espere um pouco, ele está quase chegando!

com um aperto gigante no peito e uma sensação de "como fui idiota", ela percebe a situação e tenta ser simpática, sorrindo e dizendo:

- certo! eu fico até as 19:30, a gente aguarda e assim poderei conhecê-lo, será um prazer.

no fundo aquilo não seria um prazer. seria uma sensação enorme de "céus, que desperdício!" da qual qualquer mulher pensaria o mesmo. mas...não foi dessa vez. quem sabe no próximo café, ou encostado em algum muro, o amor a encontre.

Eleições, vestibular e um pouco de confusão mental.

Postado por Luana Melo.

É época de eleição. Wow, né? Podemos ouvir os barulhos irritantes do carro de som, as ruas imundas com todos aqueles papéis coloridos e toda aquela gente trabalhando embaixo do sol, para ganhar ao menos alguns trocados pelo simples fato de estarem ali: parados, passando uma idéia falsa de tal canditado. Sim. Aquele carinha dos panfletos com o sorriso estampado na cara. Um sorriso, que, muitas vezes, esconde por completo um rosto completamente falso.

Pois bem. As eleições estão por aí e o vestibular também. Mas, qual a ligação? O problema (ou seria algo bom?) é que agora mais do que nunca as faculdades cairão em cima desse assunto. Tentarão ao máximo em tirar todo o seu conhecimento sobre política e democracia em praticamente quase todas as coletâneas. E, pelo o que sabemos, democracia e política não é um dos assuntos preferidos do brasileiro, sim?


Falar de democracia é algo muito complexo. Pelo menos para mim. E eu não nego isso. Afirmo com toda a veracidade e um pouco de vergonha que a tal "democracia" ainda é um mundo um pouco desconhecido para mim. Mas, como estou vendo-me com a cara em cima do vestibular, e sei que há uma grande porcentagem de chances em eu ter de explanar sobre tal assunto então aproveitei o que puder sobre as eleições este ano. E o mais curioso é que votei pela primeira vez este ano também. Ou seja, aquele meu velho argumento muitas vezes já dito aqui de que "tudo está acontecendo este ano" é a mais pura irritante verdade.

Nossas aulas de redações são interessantes. Confesso que fico muito irritada com alguns assuntos, algumas coisas não se encaixam e eu tenho uma certa dificuldade para falar algo sobre. São sempre os mesmos clichês de moral, sociedade, problemas sociais e tudo mais. Mas não deixo de desmerecer coletânea alguma, pois sabemos que o que é "clichê" deve realmente valer o peso de sua própria característica, não? Se pedem tanto para falarmos sobre problemas sociais, sobre estética, moral, é porque alguma coisa está fora do lugar.

Pois bem, o assunto da nossa última avaliação de redação fora adivinha o quê? Eleições. A coletânea trazia a seguinte pergunta "Votar em palhaço é uma forma válida de protestar?" e mostrava uma entrevista feita pelo jornal a Folha de S. Paulo para o mais polêmico candidato deste ano, o tal Tiririca que trazia com toda a sua campanha o tal slogan "Vote Tiririca, pior do que está não fica!". Teríamos de ter argumentos para afirmar ou não se tal atitude de voto ajudaria o Brasil como uma forma de protesto e como é um assunto que envolve tanto o respeito à democracia como um grande clichê do brasileiro que é não se importar tanto com política, meio que me perdi no assunto, mas postarei o texto que fiz mesmo assim.



"Época de eleição, todo o fervor e exaltação dos partidos e seus candidatos. Torna-se então, uma grande batalha em que o mais estruturado e polêmico argumento vencerá. É valido qualquer tipo de campanha, desde as mais sérias às mais debochadas. Mas, deixando de lado toda a seriedade, deboche e democracia são duas coisas que se encaixam?

O brasileiro deixou de levar a política de forma séria. Desde aos candidados até os eleitores. São poucas as pessoas filiadas a partidos que participam de congressos ou reuniões partidárias. É escasso número de indivíduos que possuem um histórico político ativo. A política já não é tão mais vista como algo interessante como algum tempo atrás, e isso é algo preocupante pois a mesma faz parte de nossa sociedade. E as decisões tomadas neste mundo, reflete com toda a clareza a real situação do hoje.

A completa desvalorização da democracia e todo o deboche nela existente é visto de uma forma positiva, irrelevante. Mas, o mesmo deboche contradiz por completo o real sentido dela, o que vai fragilizando a confiança e revoltando ainda mais todos aqueles que dão o devido valor a política. É valido (como dito no início) todos os tipos de campanhas: aquelas em que nos espocamos de rir, as que nos sentimos ofendidos e aquelas em que sentido algum faz. Um exemplo pode ser o personagem intitulado "Tiririca" que destacara-se com um slogan um tanto quanto cômico em relação a situação atual do Brasil: "Vote Tiririca, pior do que está não fica". Onde está a seriedade democrática nesta campanha? E, será que um personagem de circo teria a tal capacidade em adicionar algo em nosso país? E quando estivesse na câmara, tomando todas as decisões, ele deixaria de lado a sua versão cômica e tomaria o rumo certo?

Diante destes fatos, algumas pessoas fizeram questão em votar nesta figura simbólica tão polêmica. Afinal, o que o brasileiro não tem em mente quando ouve a expressão "política brasileira" não é um circo completo? E por que não protestar vontando em um palhaço de circo? Chega até ter um certo sentido. Porém, a coisa é diferente. Não é alimentando uma falsa democracia, uma democracia chula e debochada que resolveremos o problema.

"Mais seriedade e menos deboche, Brasil." Esse é o tipo de slogan que precisamos."

A extraordinária capacidade de insitir no erro.

Por: Caroline M. Rosemburg



"Erram todos, eu mesmo errei já tanto,
Que te sobram razões de compensar
Com essas faltas minhas tudo quanto
Não terás tu somente a resgatar"
(trecho: Soneto 35)


A frase clichê "eu sei o que é certo e o que é errado" com certeza já passou pela boca de todas as pessoas, e bom, o fato é que na maioria das vezes indivíduos a partir dos 15 anos de idade realmente já tem a plena distinção do que se deve ou não fazer. Independente da faixa etária, todos pelo menos uma vez já fizeram algo que sabiam ser errado, mas o intrigante sobre tudo isso é que essas mesmas pessoas pelo menos uma vez na vida também já repetiram esse mesmo erro.

Porquê insistimos tanto no erro?

Eu como uma pessoa que se considera um ser humano completamente adepto a cometer erros, principalmente voluntariamente, me auto-analisei milhares de vezes na intenção de tentar chegar a alguma explicação plausível sobre o porquê fazemos o que fazemos, e bom, o fato é que de acordo com a queima de meus neurônios eu pude concluir que essa "extraordinária capacidade" de insistir no que é incorreto se deve ao fato da grande idoneidade de possuir esperança que é nata ao ser humano.

Como isso se aplica?

No nosso dia a dia vivenciamos diversas experiências, e em cada uma delas creio que seja inevitável que façamos uma breve análise da margem de erros de se fazer o que se está para ser feito. Por mais que essa margem possa ser alta, é a esperança de que as coisas sigam um rumo melhor que nos convence a fazê-las afinal, assim como é essa mesma esperança que nos leva a cometer o mesmo erro novamente ainda na espera de que nas próximas vezes esse erro seja menor ou inexistente.

Errado ou certo essa insistência não é algo de que possamos nos livrar, afinal, por mais que se aprenda com os erros, "enquanto houver vontade de lutar haverá esperança de vencer." (Santo Agostinho)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

aparências.

Postado por Natália Lima.

estudiosos dizem que você inicia sua vida e forma sua personalidade até os 7 anos. não concordo com esse fato.

até os 7 anos você ainda é criança, não tem conhecimento nem vivência de mundo, e muita coisa pela frente pode te transformar - e, de fato, transforma. a pré-adolescência é uma época de descobertas, ingênuas ou não (no caso dos adolescentes de hoje, duvido muito que sejam maioria delas ingênuas). é nessa época que a sexualidade é descoberta de verdade, e a partir daí você descobre quais são suas preferências. após isso, você é jovem, quer se sentir livre e fazer o que bem entender - e é aí que começam as experiências que te fazem quebrar a cara. e é a partir delas, ou não, que você começa a aprender com os erros e obtém experiência de vida suficiente para que se torne adulto.

o problema é quando o adolescente ou o jovem já se sente tão adulto que fica cheio de si. inicia-se no mercado de trabalho, e muitos não páram em um emprego por mais de 5 meses justamente por não saber o que querem. raro é aquele que sabe o que quer e tem a mente adulta de verdade até seus 20, 22, 23 anos. maioria não sabe, é indeciso, inseguro. e nessa de se acharem adultos, se tornam arrogantes, fúteis, quase "donos do mundo" quando ainda moram com os pais e não são donos nem do próprio nariz. por mais que a família seja humilde, muitos filhos se tornam o contrário disso e acabam ostentando o que não são e o que não têm. envolvem com as pessoas erradas, consideram amigos aqueles que no fundo só querem os ver pelas costas. começam a beber, fumar, a gastar todo o salário em bares e festas, e acham que isso é super cool e divertido, acham que isso é viver. e sempre que alguém tenta dizê-los a verdade, dão risada e usam de ironia e cinismo.

a verdade por trás de tudo isso é uma grande insegurança e um grande vazio que sentem por dentro. provém disso a necessidade de aparecer, de tomar atitudes extravagantes, de estourar todos os limites (e acabar se tornando ridículo, quando não tão insuportável a ponto de sofrer rejeição). por trás dessa máscara e de tanta falsa aparência, existe uma grande covardia, uma grande solidão e tristeza, e uma necessidade imensa de encontrar pessoas com as quais se identifica de verdade. por fim, para que não morra sozinho, o indivíduo tenta se adaptar, na falsa esperança de ser reconhecido e notado como alguém. se fosse realmente forte e possuidor de uma personalidade, faria sua própria felicidade acontecer através de outros meios, e, acima de tudo, respeitando a si mesmo e se aceitando como é.

RATM, um surto e mais aleatoriedades.

Postado por Luana Melo.

Eu pouco consigo entender sobre como controlar sentimentos. Desde os mais melancólicos até os mais rústicos. Diante disso, tenho passado por situações desde as mais engraçadas até as mais insuportáveis. E as músicas com certeza têm me ajudado bastante. Desde Smiths à RATM. Que mistura, não? Mas na realidade é assim que a minha mente anda. Numa mistura completa.

Pois bem. Acho que sou a única pessoa que ao surtar, chuta cadeiras, manda alguém para o inferno e desconta tudo em palavras escritas. Não que isso tenha acontecido hoje.. Ehm. Nunca entenderei porque as coisas aqui fora são tão diferentes. É. Aqui fora. É meio complicado dizer sobre isso, considero tudo o que esteve comigo dentro do meu ambiente famíliar como algo que está "aqui dentro". E como, infelizmente, apenas com os meus 17/18 anos de idade passei a me interagir mais com o mundo "aqui" fora, tudo ainda é novo, contraditório, chato. Porém, ao mesmo tempo, é tudo belo, incrível e eu adoro passar por cada situação dessas.

Sabe, mandar alguém a puta que pariu é algo que eu sempre tive vontade de fazer. Apesar de ser uma expressão um tanto quanto chula, falar puta que pariu e repetir puta que pariu quantas vezes for, é algo explêndido.
Eu ando num botão de fuck off ligado para qualquer pessoa. Ando não me importando mais com o que está acontecendo pelo o mundo, ou então porque o fulano e o ciclano estão tão tristes ou então porque está tão quente quando nessa época deveria estar tão frio. Eu não consigo mais sentir uma compaixão tão grande por coisas simples. Ando tornando-me um cubo de gelo. E mesmo que eu aparenta ser tão frágil ou até mesmo demonstre isso, eu tenho plena certeza que não tenho mais a mesma compaixão de antes.
Isso contradiz totalmente com o que eu acredito que seja ser de fato um ser humano. Acredito na bondade das pessoas, acredito em um mundo sim cor de rosa e fofo, e além do mais, acredito na compaixão das pessoas e naquele velho respeito um para com o outro que sempre ouvimos falar desde o jardim de infância. Isso não é uma igenuidade, isso é o que você o que eu e o que nós acreditamos. Queira você ou não (usando um termo um tanto quanto clichê e insuportável) lá dentro do teu coraçãozinho há essa idéia de sociedade. Essa idéia do amor e da compaixão, do respeito e da tolerância.

Mesmo vivendo em um mundo um tanto quanto errado
comparado a minha idéia de mundo (que é SIM igual a sua, apenas com caminhos diferentes) eu ainda tentarei guardar ao máximo a minha compaixão e respeito para com o próximo. Não porque isso seja algo de honra, mas é porque me faz bem. Exclusivamente a mim. E sei que um pouco de egocentrismo não faz mal.

Afinal, falar puta que pariu e não se importar com isso é uma maravilha.

Perdoem-me pelo vocabulário chulo.

domingo, 24 de outubro de 2010

Oh mother, I can feel the soil falling over my head.

Postado por Luana Melo.

Ultimamente ando numa planície de melancolia. O que não é uma novidade para um domingo de manhã em que a chuva tenha começado a cair e o cheiro de terra tenha invadido a casa inteira. E eu ainda insisto em não ajudar escutando The Smiths.
Pois bem. Todo domingo sempre fora uma nostalgia enorme. O fato de ser um dia em que me faz voltar à várias cenas de minha infância também ajuda. Sem deixar de comentar o fato de que, em uma certa hora de um domingo qualquer, até um tempo atrás, o fim da noite era tudo o que mais esperava. Hoje quero não pensar tanto nisso, mas como já é um fato meu, eu não consigo parar de pensar um minuto sequer.

Eu ando perdida. Perdida em todos os sentidos possíveis. Desde não entender porque as coisas estão do jeito que estão até em não saber o que fazer para que tudo volte a ser como antes. E sei que não voltará a ser. Sei que é inevitável a necessidade de um tempo para me organizar. Mas eu não consigo esperar. Eu consigo fingir a espera, consigo demasiadamente usar uma máscara de paciência, demostrar-me tão pouco interessada e sentar-me em qualquer lugar apenas esperando e esperando. Mas por dentro eu me não aguento. Por dentro há sempre uma insatisfaçãozinha que me consome, que me machuca, que me deixa lá embaixo, mas que depois de um tempo some. Some. E eu fico procurando saber para onde foi. E quando acho, ela volta, e volta de uma forma pior. E eu fico assim, como nessa manhã de domingo. Olhando para quatro paredes que me insistem em dizer o que fazer, mas no final elas nunca dizem nada.

And it never really began. But in my heart it was so real.
Postado por: Caroline M. Rosemburg



EU CANSEI. Cansei de viver na utopia. Cansei de não poder sem quem sou. Cansei de precisar ser o que NÃO quero para agradar aqueles a quem quero. Sim, eu cansei.

A cada dia que passa eu percebo o quão medíocres as pessoas são; o quanto elas são boas em julgar e condenar; a imensa facilidade que elas têm em humilhar e diminuir a seus semelhantes pelo simples fato de não serem o que essa porcaria de sociedade considera normal, essa droga de estereotipação que os tolos insistem em seguir.

Olho para os lados e não vejo pessoas, enxergo membros de uma ceita, a ceita social. Todos vestidos de modo igual; os mesmos cabelos; as mesmas expressões; os mesmos gostos; as mesma vontades; o mesmo jeito de agir e pensar; até o mesmo jeito de julgar; as mesma músicas; as mesmas escolhas; os mesmos programas de tv; os mesmos sites da internet; o mesmo (inexistente)conhecimento de mundo; os mesmos preconceitos...

Post pouco útil, na verdade, completamente nada intencional, apenas um desabafo de alguém que quer ir para Marte.

sábado, 23 de outubro de 2010

inspirado na vida de um Designer Gráfico.

Postado por Natália Lima.


nós somos aliens, estranhos e perdidos na galáxia. ou somos robôs, máquinas programadas para trabalhar incansavelmente, sem sequer nos alimentarmos ou dormirmos de forma correta. passamos horas frente a outra máquina, o computador. dezenas e dezenas de softwares a serem compreendidos, mercado disputado, que vença o melhor. quanto mais geek você for e mais coisas souber, maiores são suas chances. mesmo assim, com todo tanto que sabe, acaba passando por entrevistas concorridas e se aprovado, ganha valores irrisórios. você precisa ser o melhor para concorrer com os melhores. caso contrário, fica para trás.

nesse mundinho competitivo, muitas vezes esquecemos que somos humanos e deixamos de lado até mesmo os sentimentos. bens materiais como monitores de imensas polegadas, iPods, iPhones, MacBooks, headphones, toy arts e revistas de tutoriais se tornam objetos de consumo e desejo. no fim, somos robôs e sequer saímos de casa, e nossos amigos são virtuais. mundo tecnológico, afastando pessoas, unindo homem e máquina.

Natália Lima é formada em Letras pela Universidade Federal de Goiás, e reinicia sua vida de blogueira a partir de agora neste blog, após alguns anos de ferrugem. escreve como quer, de forma prática, rápida, simples, objetiva e direta, sem rodeios ou enfeites, e é Designer Gráfica por gosto e vocação, fritando seu cérebro diariamente e se dedicando à profissão das 07:30 a.m às 18:00 p.m.

Tornade of feelings : set me free


Postado por: Caroline M. Rosemburg



Essa foi a semana em que minha vida deu um giro, de todas as maneiras possíveis. Resolvi exorcizar de uma vez por todas todos aqueles pensamentos que há muito massacravam meu cérebro, os quais covardemente relutava em me livrar. É incrível o quanto uma única ação pode te deixar leve de modo a formatar seu cérebro corrompido por arquivos de um ano inteiro. O fato é que sinto-me livre como nunca. Apesar de não me sentir bem como um todo, afinal tudo que vai deixa um buraco, e nesse caso deixou uma cratera e tanto, não nego, e apesar de ter sido uma atitude um tanto egoísta, sinto-me leve, e no momento de espírito em que me encontro, isso já me basta.

Andei lendo algumas obras do filósofo Adam Smith, e me identifiquei com sua teoria sobre o egoísmo, em que ele analisa a avassaladora paixão por auto-preservação e interesse próprio do homem. Smith descreve o homem como uma criatura que se guia pelo egoísmo, e tudo isso é consequencia de sua habilidade de raciocinar. O fato é que o egoísmo, dependendo da situação em que se aplica, acaba por se tornar uma clara tática de sobrevivência. O homem naturalmente é egoísta, e isso é algo imutável em minha concepção de sociedade. Muitos podem estar discordando de mim nesse momento, mas eu não estou abrangendo o as relações sociais como um todo, afinal, é claro que principalmente no que diz respeito às relações economicas o egoísmo é o grande responsável de toda a segregação de temos hoje, mas quanto as relações emocionais, o egoísmo sempre foi a meu ver a grande chave para a felicidade. Por mais difícil que possa ser deixar o sentimento de terceiros à parte, fazê-lo na maioria das vezes é algo inevitável e que pode vir a abrir grandes portas para os que o fazem.

Não estou dizendo que devemos ignorar completamente os sentimentos das pessoas, pelo contrário, para mim pelo menos isso é algo indiscutivelmente impossível. Eu só estou dizendo que no momento de escolher entre o seu bem-estar e o da outra pessoa, ninguém em plena consciência teria dúvidas em decidir.


Se eu partisse amanhã
Você ainda se lembraria de mim?
Pois eu devo seguir viagem, agora
Pois há muitos lugares que eu preciso conhecer
Mas, se eu ficasse aqui com você, garoto
As coisas simplesmente não seriam iguais
Pois eu sou tão livre quanto um pássaro agora
E este pássaro você não pode mudar
O Senhor sabe, eu não consigo mudar

Até logo, foi um amor gostoso
Embora este sentimento eu não possa mudar
Mas por favor, não leve muito a mal
Pois o Senhor sabe que eu sou o culpado
Mas, se eu ficasse aqui com você, garoto
As coisas simplesmente não seriam iguais
Pois eu sou tão livre quanto um pássaro agora
E este pássaro você nunca mudará
E este pássaro você não pode mudar
O Senhor sabe, eu não consigo mudar
Senhor me ajude, eu não consigo mudar
(Lynird Skynird - Free Bird)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

11:57

Postado por: Luana Melo.

O mundo não é mais o mesmo e isso pode ser claramente visto em praticamente tudo o que está ao nosso redor. Mas, por que não é mais o mesmo? Desde quando ele passou a ter um padrão para, como nos dias de hoje, ser considerado o contrário de tudo aquilo o que supostamente deveria ser? Pois bem. Sempre senti-me um pouco à frente daquilo o que minha geração prega. Mas, da mesma maneira, sinto-me voltar às origens constantemente. Tentar ser o exemplo de educação, de inteligência e moral, é algo que não só eu, assim como todos, mesmo que não queiram assumir, lá no fundo, tentam. Quando digo que estou à frente do que minha geração vive quero dizer que consigo assimilar e enxergar coisas que as pessoas que estão ao meu redor não conseguem. Quando digo que constantemente volto às origens, quero dizer que o "novo" nem sempre me agrada e que toda a velharia é o que realmente faz sentido.

Dentro de toda essa minha indagação, perco-me diante do meu presente. Vivo um constante paralelo entre o meu futuro e o passado (que muitas vezes nem vivi) e esqueço do meu agora. Tento mesclar o tempo, interligar suas características, mas definitivamente elas não batem umas com as outras. E isso causa-me a frustração. Aquele velho sentimento de que está tudo errado e que tudo deveria ser como era antes. Mas, o que era o antes? E o antes disso não era melhor também?

Acho que preciso parar de escutar The Smiths tanto assim...

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

My text message to myself.

Postado por: Luana Melo.

Começar um texto ou algum fragmento qualquer com a palavra eu sempre me deixou frustrada. E mesmo me deixando em tal estado, eu ainda insisto em repeti-la infinitas vezes. Talvez seja o meu eterno e belo egocentrismo e a minha insistência em demonstra-lo tanto. Pois bem.

Hoje fora um dia como todos aqueles em que fiquei com vontade de escrever um monte de coisas sobre todas as coisas que consigo pensar. Ele começou como qualquer dia normal, com uma pequena diferença no horário e no céu da manhã. Demoro muito para me acostumar com o tal horário de verão, mas confesso que sinto-me maravilhada em ver um pequeno breu no céu às 6 em ponto. Cada dia ( mesmo sendo diferente e o calendário acusando friamente a nova data) são pequenos espaços entre o momento em que desligo-me completamente em minha cama de tudo aquilo que no dia interior eu vivi. Desde as minhas frustrações à paixões e indecisões. Desde a minha vontade em querer demasiadamente fazer algo e me ver ali, parada, pronta para por em prática e em questão de segundos querer que tudo volte a ser como era antes e deixar de lado o que em poucos segundos atrás era o meu maior desejo. A semana corre e anda lentamente ao mesmo tempo. E ultimamente tenho perdido-me entre os espaços vazios dela, e procuro sempre uma maneira em deixa-los preenchidos. Seja como for. Com um pensamento, com uma ação, com um sentimento ou canção. Sinto-me inteiramente frustrada quando sinto-me esvaziar a cabeça e mesmo isso me deixando completamente maluca, sinto um prazer enorme ao mesmo tempo. É o meu eterno e maior vício: o meu eterno ciclo em ir e voltar e nunca parar. Fugir, desaparecer, retornar para então revigorar todas as idéias que posso.

Tenho vivido uma época em que as coisas resolveram acontecer todas no mesmo tempo e momento. E sei exatamente que tão pouca diferença isso fará para qualquer pessoa além de mim. A intensidade, o desejo, a vontade e a tão querida insistência fará apenas parte daquilo que é meu e o que caracteriza-me. Eu tenho vivido tudo aquilo o que minha cabeça tem me pedido. Desde as frustrações das relações inter-pessoais até a maravilhosa sensação de prazer em algum trabalho ou ação concluída. Desde a vontade em querer conhecer tudo e viver de tudo, até o momento em que querer jogar tudo para cima e não saber de mais nada se torna o mais novo e incrível desejo. Eu tenho vivido isso e tenho gostado de cada parte. Sou apaixonada por os dois lados que tenho: a minha razão e as emoções que mesclam entre si e tornam-se o que é a minha essência. O meu lado bruto e meigo, a minha demasia em viver o perigo e esconder-me depois sem passar pelas conseqüências. Viver os dois lados da moeda é a minha maior e mais incrível diversão.

Afinal, não sou eu quem mais ama toda essa contradição?