terça-feira, 14 de dezembro de 2010

The art about waste your life, ops, being normal.

Postado por: Caroline M. Rosemburg

"E o que seria 'prático'? Casar-se? Mudar-se para o subúrbio? Tornar-se uma adorável dona-de-casa, criando uma criança, temendo a Deus, imitando os heterossexuais? E para quê? Para que eu me torne outra alma morta, indo ao shopping, arrastando meus filhos para a escola e fazendo churrasco no quintal? HAHA. Essa é a morte deles. Não a minha." Brian Kinney- QAF


Deve ser a milésima vez que eu me utilizo desse quote do personagem Brian Kinney da série Queer as Folk nas últimas semanas.

Desde que eu resolvi criar um tipo de 'reviravolta' na minha vida, e mandar para o espaço tudo que já havia virado rotina, numa tentativa desesperada de buscar coisas novas e passar pelo menos 24 horas sem me mergulhar em tédio, eu andei absolutamente perdida, o que não é estranho no momento em que você olha em volta e não encontra nada daquilo que você estava acostumado a encontrar. Em alguns momentos confesso que tendi ao surto, e quase desisti de toda meu plano de dar f5 na minha vida para voltar atrás e trazer tudo de volta, ainda que isso significasse retornar a uma rotina de tédio e frustração, pelo simples acomodamento de ter algo "certo", por assim dizer. Mas a minha sorte é que minha cultura-não-naturalmente-adquirida me fez alguém em constante bipolaridade. Esse espírito de desistência que me assombrou algumas semanas atrás, se converteu em um espírito totalmente vanguardista, pronto para extrapolar todos os limites e atravessar todas as linhas. Hoje mais do que nunca eu tenho a certeza que só há um tipo de caminho certo para mim: o caminho desconhecido, ou a simples ausência de caminho.

Concluí finalmente que a existência do predestinado me dá asco. Não suporto saber que algo já está fadado a acontecer, ou que meu dia já fora completamente programado, ou ter certeza de quais serão as pessoas que eu encontrarei no meu dia e até qual programa nos restará para fazer. Basicamente, eu não vejo razão para lutar por uma vida que já está escrita. Eu preciso da incerteza, preciso do novo, preciso experimentar todos os dias, preciso conhecer mais todos os dias, tocar, beber, vestir, descobrir coisas novas diariamente.

Eu não me conformaria jamais em ter uma vida "padrão", igual a todas as outras, confinado a uma sequência lógica de acontecimentos que são facilmente decifrados por mim como:

1-nascer;
2-crescer metido a teen-rebelde;
3-arrumar uma namoradinho medíocre e jogar sua vida social no lixo por conta dele;
4-virar uma pessoa socialmente aceitável;
5-casar-se e ficar feia e gorda;
6-ter um casal de filhos catarrentos pelos quais você jogará sua sanidade fora;
7-ter um marido preguiçoso e ausente que não faz nada além de pagar suas contas;
8-ter um trabalho que você odeia só porque ele cobre seu cheque especial;
9-descobrir que seu filhos cresceram e se tornaram ingratos e estúpidos;
10-morrer frustrada.

Enfim. Talvez você me considere extremista, ou até mesmo louca, mas o fato é que tudo que eu já vi e vivi me faz crer que pensar desse modo apenas me torna realista. E bem, voltando a citação do início do post, só tenho algo mais a dizer:

"Essa é a morte deles. Não a minha."

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